Uma
Distinção nas Pequenas Empresas – A Empresa Familiar
Evidentemente existem algumas diferenças entre uma
empresa grande e uma pequena ou micro empresa. Embora o tamanho de uma empresa
não menospreze sua administração, é claro que influi diretamente nos
relacionamento internos e no marketing interno. Isto não significa que uma
pequena empresa não possa ser uma “grande” empresa embora pequena, e o
contrário também ocorre uma empresa grande pode ser “pequena” nos seus
relacionamentos de marketing interno.
Agora uma das distinções que gostaria de comentar é
que a maioria das empresas no mundo segundo Drucker (2002) são controladas e
administradas por famílias e não apenas as empresas de pequeno e médio portes.
(p.324).
Mas o que queremos salientar aqui é que a imensa
maioria das empresas, algo entorno de 99% de todas as empresas constituídas no
Brasil, são pequenas e micro empresas, sem considerar o imenso número das
informais.
Naturalmente uma empresa pequena, de capital
fechado, é sem dúvidas, quase que em sua totalidade, formada por membros da
família, ou no mínimo com a “alta direção” e tomada de decisões confinadas aos
familiares e donos.
Aqui começa uma das diferenças entre uma pequena
empresa e uma grande empresa de capital aberto. É exatamente o fato de quem a
dirige, quem é o gerente, ou seja normalmente os relacionamentos com os
clientes internos, os colaboradores da pequena empresa se dão diretamente da
alta administração para os funcionários, ou seja não há intermediários ou
quando muito um ou dois gerentes. Isto freqüentemente ocorre nas pequenas empresas.
Segundo Drucker, e concordamos com ele, não se dá
muita atenção à empresa familiar e a suas particularidades.
… os livros e cursos de administração tratam quase
exclusivamente da empresa de capital aberto e administrada por profissionais –
raramente tocam, se é que tocam, nas empresas administradas por famílias. É
claro que não há nenhuma diferença entre empresas administradas por
profissionais e empresas administradas por membros de uma família em relação ao
trabalho funcional: pesquisa, marketing ou contabilidade. Mas no que diz
respeito à administração, a empresa familiar requer regras próprias e muito
diferentes, as quais tem de ser estritamente observadas. Se não for assim, a
empresa administrada por famílias não sobreviverá, e muito menos prosperará.
(p.324).
Como vimos, está ai, observado por Drucker, uma das distinções entre as administrações das empresas. Enfocamos sobretudo a administração e o marketing interno das pequenas, pois sabemos que além desta distinção mais ampla, mencionando empresas familiares, temos outra grande diferença que é o tamanho da empresa.
Como vimos, está ai, observado por Drucker, uma das distinções entre as administrações das empresas. Enfocamos sobretudo a administração e o marketing interno das pequenas, pois sabemos que além desta distinção mais ampla, mencionando empresas familiares, temos outra grande diferença que é o tamanho da empresa.
Em uma empresa pequena, normalmente, se pode
conhecer todos os departamentos ou divisões e se conhecer, pelo menos, todo o
seu funcionamento. É como, vivenciar os primórdios da industrialização. Quando
uma pessoa queria, por exemplo, uma simples cadeira. Ela se dirigia ao
marceneiro e podia acompanhar todo o processo de fabricação daquele bem, desde
o corte da madeira, cerramento das partes para compor o objeto, o aparafusamento,
etc. Assim o marceneiro sentia-se feliz e realizado por executar uma tarefa
completa.
Em uma empresa grande, ao contrário, muitas vezes,
se soube no passado, havia alguma frustração dos operários que na fábrica
faziam tarefas específicas e repetitivas à exaustão sempre da mesma forma e
restrita a algo como ou cortar ou aparafusar, ou transportar. Em outras
palavras havia a sensação de não poder completar o objeto, era como se ele não
tivesse participado na construção do produto.
Outra coisa que ocorre em empresas pequenas é que o
feedback com a direção pode ser instantâneo, e muitas vezes ocorre não só
dentro da empresa mas fora dela, em momentos informais. É mais fácil,
naturalmente, se encontrarem todos os membros de uma pequena empresa do que os
de uma grande empresa. Desta forma ocorre também entre os membros da direção
que , normalmente sendo familiares, estarão em casa, ou em uma festa de família
ou seja lá onde for encontrando-se freqüentemente.
Para ilustrar esta situação posso citar alguns momentos
pessoais que tive com meu pai, em que não só na empresa, mas até mesmo na praia
tomando uma cervejinha, surgiam oportunidades para trocarmos alguma informação,
e era sempre um momento de aprendizado com aquele que foi com certeza um grande
mestre em minha vida.
Drucker, quando fala de empresas familiares, enfoca
as médias e grandes empresas, deixando um pouco de lado as pequenas e micro
empresas, mas de qualquer forma podemos extrair um bom conhecimento deste que é
considerado o pai da administração. Ele cita por exemplo algumas regras que
devem ser seguidas para que a empresa familiar não sucumbe:
A primeira regra é que os membros da família não
deverão trabalhar na firma a não ser que sejam, no mínimo, tão competentes
quanto qualquer outro empregado que não seja da família e trabalhem, pelo
menos, com o mesmo afinco .(p.325).
A segunda regra também é igualmente simples: não
importa quantos membros da família façam parte da administração da empresa nem
seu grau de competência; um dos cargos mais alto será sempre ocupado por alguém
de fora, que não é membro da família.(p.326).
A regra número três é aquela em que a empresa
administrada por uma família, exceto as muito pequenas, precisa ocupar um
número cada vez maior de cargos-chave com profissionais não-parentes.(p.326).
Como vimos apesar de Drucker enfocar empresas maiores, não podemos desconsiderar suas observações quanto a empresas familiares. Ele cita também, embora possa parecer estranho, a “empresa familiar” mais antiga do mundo que, segundo ele, é a Máfia. Como podemos ver no filme, “o poderoso chefão”, a segunda pessoa mais poderosa das famílias da máfia é o consigliere, o advogado que pode até não ser siciliano.
Como vimos apesar de Drucker enfocar empresas maiores, não podemos desconsiderar suas observações quanto a empresas familiares. Ele cita também, embora possa parecer estranho, a “empresa familiar” mais antiga do mundo que, segundo ele, é a Máfia. Como podemos ver no filme, “o poderoso chefão”, a segunda pessoa mais poderosa das famílias da máfia é o consigliere, o advogado que pode até não ser siciliano.
Como Drucker comenta “A dinâmica de crescimento da
economia está se deslocando rapidamente das empresas gigantes para as de médio
porte, e estas costumam ser controladas e administradas pelo dono.” Ele conclui
afirmando que “a palavra de peso na expressão “empresa familiar” não é
“familiar”. Tem de ser a palavra “empresa”.” (p.328).
Drucker pretende com isso demonstrar a
importância que se deve ter para com os cargos na empresa. E a independência e
autonomia, de forma que a empresa possa continuar, crescer e passar de geração
a geração sem sucumbir.
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